“Fórum Madeiro - A Chama da Tradição” regressa a Penamacor
A Sala Polivalente da Junta de Freguesia de Penamacor recebeu, nos dias 17 e 18 de dezembro, dois colóquios. O Madeiro e o Mel foram os temas em debate
A Sala Polivalente da Junta de Freguesia de Penamacor recebeu, no dia 18 de dezembro, o “Fórum Madeiro - A Chama da Tradição”, depois da primeira edição ter decorrido em 2019. Esta iniciativa contou com as intervenções do Investigador da Covilhã, Carlos Madaleno, de André Oliveirinha, do Museu Municipal de Penamacor, e da Vice-Presidente do Município de Penamacor, Ilídia Cruchinho. André Oliveirinha apresentou o estado do trabalho do projecto de investigação "Madeiro Património e Identidade", que vem sendo realizado desde 2019 pelo Município de Penamacor. O técnico do Museu Municipal versou sobre as etnografias definidas até à data para as freguesias de Meimoa e Penamacor, bem como apresentou algumas conclusões do ponto de vista da análise etnográfica realizada dentro do concelho de Penamacor. Já Carlos Madaleno apresentou a tradição das fogueiras de Natal no concelho da Covilhã, enquadrando-a do ponto de vista histórico na paisagem cultural da Cova da Beira e centrando-se na sua Vila Natal o Teixoso. A iniciativa contou com cerca de duas deszenas de participantes, entre os quais representantes da Malta do Ano. Ilídia Cruchinho afirmou que, nesta época natalícia, faz todo o sentido falar do Madeiro e perspetivá-lo no futuro, afinando estratégias, naquela que é a maior tradição do concelho. “Os jovens da Malta do Ano têm uma participação muito ativa. Costumo-lhes dizer que a Câmara Municipal está aqui para lhes dar apoio mas na retaguarda, nunca para intreferir na tradição, e que o Madeiro não precisa de ser sempre maior. O que é importante é manter a tradição e o que está à volta do Madeiro. Associado ao Madeiro, há um conjunto de tradições. E o que temos feito é também estudar e aprofundar este fenómeno que é uma tradição por todo o concelho e pela Beira”. Esta iniciativa teve como objetivo discutir o Madeiro enquanto identidade cultural destas comunidades, ditas de baixa densidade, unindo gerações distintas que presenciaram estas vivências, registando as alterações do ponto de vista ritual e pragmático e podendo constituir-se como ferramenta de trabalho para salvaguarda deste património.
O presente e o futuro da produção do mel
Já no dia 17 de dezembro, no mesmo local, decorreu o colóquio “A Produção de Mel e a Serra da Malcata”, que pretendeu discutir o presente e o futuro desta área de atividade e que teve como oradores Sara Nunes, Técnica do Município de Penamacor/Cogestão da Reserva Natural da Serra da Malcata, Ana Paula Sançana, da Cooperativa LousãMel, Filipe Nunes, Produtor de Mel nos concelhos de Penamacor e Sabugal, e de Ilídia Cruchinho. A moderação ficou a cargo de André Oliveirinha. Sara Nunes apresentou o protocolo de cogestão da Reserva Natural da Serra da Malcata, identificando a área geográfica de trabalho, os seus intervenientes e os principais objectivos visando a perspetiva de valorização, promoção e comunicação dos produtos endógenos sempre de forma a rentabilizar os territórios em questão. Já Ana Paula Sançana, engenheira técnica da Cooperativa LousãMel, entidade gestora pela Denominação de Origem Protegida do Mel da Serra da Lousã, apresentou todo o processo de certificação dos produtores afectos a esta cooperativa com produto DOP e as suas vantagens e desvantagens, desde o processo em si até ao momento da venda no mercado, valorizando o produto em termos de custo. Por fim, Filipe Nunes apresentou o seu sistema de produção de mel, valorizando o território enquanto espaço de forte produção. Este colóquio contou, ainda, com a presença de cerca de uma dezena de participantes, entre os quais alguns produtores de mel do concelho de Penamacor que participaram ativamente no momento de debate. Para a Vice-Presidente da Câmara Municipal de Penamacor o concelho tem apostado na fileira do agro-alimentar, tendo produtos com grande qualidade que vão desde o azeite à azeitona, ao queijo e ao mel. “Cabe-nos a nós também valorizar este setor para que seja um contributo para a economia de Penamacor. Existindo esta potencialidade, temos que a agarrar com força. É com muito agrado que temos visto crescer a produção do mel e o número de apicultores. Queremos que o mel seja um produto emblemático e forte do concelho de Penamacor. Há muito potencial e a nossa vontade é que haja a Denominação de Origem Protegida do mel da Serra da Malcata”.
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