Penamacor estreou Jornadas de Religiosidade Popular
As primeiras Jornadas de Religiosidade Popular estrearam em Penamacor, ontem, dia 21 de maio, no novo auditório da Santa Casa da Misericórdia local. Este foi também o primeiro evento oficial naquele espaço, depois das obras de recuperação do antigo hospital da Misericórdia. Esta iniciativa, organizada pelo Município, através do Museu Municipal, e em parceria com o Instituto de Investigações Antropológicas de Castela e Leão de Salamanca e a Santa Casa, contou com a participação de oradores académicos dos dois lados da raia, portuguesa e espanhola. Presente na abertura do evento, o Presidente da Câmara Municipal, António Luís Beites Soares, referiu que o concelho e a região têm uma identidade cultural e religiosa de uma dimensão incalculável. “Esta identidade cultural e religiosa resulta numa mais valia que pode ser mais explorada e acrescentar valor a estes territórios. Se conseguirmos elevar esta cultura e este saber imaterial, associados a esta componente cultural religiosa, podemos ter matéria para trabalharmos esta vertente mais afincadamente, no futuro, do ponto de vista transfronteiriço”, disse. Para o Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Penamacor, João Cunha, ao falarmos de religiosidade popular, estamos a falar de religião mas também de tradições. “Passam de geração em geração, muitas vezes oralmente, constituindo a identidade cultural de um povo, de uma região ou mesmo de uma religiosidade. Importa que se celebrem eventos como estes pois avivam a nossa memória e ajudam a compreender a nossa identidade”, defendeu. Já para Ángel Espina Bárrio, do Instituto de Investigações Antropológicas de Castela e Leão de Salamanca, estas jornadas são já transfronteiriças e é importante seguir com a investigação sobre estas temáticas, principalmente nestes territórios em que a religiosidade é mais forte. Sob o mote “Cultos e Romarias na Raia Ibérica”, esta iniciativa pretendeu estabelecer uma abordagem académica sobre os cultos regionais e locais, valorizar o estudo das romarias e culturas populares neste território e preservar a memória como ato de salvaguarda do património cultural identitário da região. Mais que um evento académico pontual, estas jornadas resultam do trabalho e do esforço que tem vindo a ser feito para centrar territórios “descentralizados” nas diversas áreas de estudo e do saber sapiencial das ciências sociais e humanas. O programa contou, além de várias apresentações sobre a temática em causa, com a apresentação dos cânticos da Nossa Sra. da Póvoa, da N. Sra. da Azenha, de Sta. Luzia e de N. Sra. do Almortão por grupos de pessoas das comunidades afetas a cada culto.
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